sábado, 7 de fevereiro de 2009

DEPRESSÃO NA EMPRESA

Tristeza, apatia e desânimo. A maior parte das pessoas já aprendeu a driblar esses sentimentos, que parecem inerentes à vida moderna. Mas é preciso estar atento, pois esses podem ser os sintomas de um transtorno silencioso: a depressão. De acordo com dados da OMS - Organização Mundial da Saúde, atualmente mais de 120 milhões de pessoas sofrem de depressão ao redor do planeta em suas diversas modalidades: leve, moderada, grave sem sintomas psicóticos, grave com sintomas psicóticos. Para piorar esse cenário, a mesma organização prevê que em 2020 esta será a segunda causa de incapacitação, atrás apenas da doença isquêmica cardíaca.
Mas como diferenciar a depressão de um simples período de tristeza? A psicóloga e psicoterapeuta Maria Fernanda G. Urbano Giglio, do Centro Psicológico de Controle do Stress, explica que a depressão é uma doença do organismo como um todo, que compromete o físico, o humor e, conseqüentemente, o pensamento. A doença altera a maneira como a pessoa vê o mundo, sente a realidade, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer pela vida. "É uma doença afetiva ou do humor, não é simplesmente estar na \fossa\ ou com \baixo astral\ passageiro. Ela afeta a forma como a pessoa se alimenta e dorme, como se sente e pensa sobre os outros e sobre o mundo." O professor da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) Hélio Deliberador completa: "A depressão é um quadro no qual há uma perda da vitalidade para a vida. A pessoa tem dificuldade de se dirigir para a frente: encarar um novo dia, sair da cama e motivar-se para as atividades cotidianas, desde as relacionadas à higiene até as laborais." COMO DETECTAR? De acordo com a psicóloga Maria Raymunda Ribeiro, o diagnóstico da depressão requer a presença de pelo menos cinco dos sintomas descritos abaixo, por um período de pelo menos duas semanas:
· Humor triste; marcante perda de interesse ou prazer em atividades que normalmente são agradáveis;
· Diminuição ou aumento do apetite, com perda ou ganho de peso (5% ou mais do peso corporal, no último mês);
· Insônia ou hipersônia;
· Agitação ou retardo psicomotor;
· Fadiga ou perda da energia;
· Sentimentos de falta de esperança ou culpa excessiva ou inadequada;
· Diminuição da capacidade de pensar e de se concentrar ou indecisão; · Pensamentos recorrentes de morte (sem ser apenas medo de morrer), pensamentos suicidas recorrentes sem um plano específico ou uma tentativa de suicídio. MULHERES SÃO O ALVO Pesquisas da OMS revelam que as mulheres são as que mais sofrem com o transtorno - estima-se que 25% delas têm depressão em alguma fase da vida –, que geralmente está relacionado à baixa renda, doença ou morte de filhos ou marido, insegurança com relação à carreira e violência. "As síndromes e reações depressivas surgem com muita freqüência após perdas significativas: de uma pessoa muita querida, de um emprego, de um local de moradia, do status socioeconômico ou de algo puramente simbólico", completa Maria Raymunda. Mas não são somente os imprevistos do cotidiano os responsáveis pelo desencadeamento do transtorno. Maria Fernanda afirma que as causas da depressão ainda não são bem definidas, mas acredita-se que pode haver base biológica ou genética que tornaria a pessoa mais suscetível à doença. "Se o indivíduo tiver predisposição biológica e hereditária, pode desenvolver a depressão com ou sem a presença de fatores de vida estressantes", conta. As pesquisas estão bastante ativas em torno do fator hereditário do transtorno, visto que é muito comum encontrar famílias nas quais várias pessoas sofrem com depressão ou transtorno bipolar.

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