quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PSICOPATAS DE ESCRITÓRIO- PARTE 01


Confiantes e carismáticas, mas também ambiciosas e indiferentes aos sentimentos dos outros, pessoas com transtorno de personalidade dissocial são ardilosas e, às vezes, sobem na carreira passando por cima de muita gente.

Gustavo logo de cara percebeu que Denis era a pessoa certa para o cargo. O jovem inteligente impressionou o chefe da seção com uma aparência segura e uma boa retórica. Narrou de forma minuciosa seus inúmeros méritos e experiências, apesar da aparente pouca idade. Gustavo, fascinado pelas qualidades do homem à sua frente, o contratou. Algum tempo depois se arrependeria amargamente. Como se comprovou, muitas das qualificações de Denis eram inventadas. Pior, era evidente que a palavra compaixão não existia em seu vocabulário. Insolente e ambicioso, buscou um cargo de chefia até destituir Gustavo de seu posto.

Indivíduos com esse tipo de comportamento foram denominados pelo psicólogo canadense Roberto Hare como “psicopatas”. Na sua opinião, funcionários como Denis, aliás, um caso real numa empresa americana, podem ser identificados com esse tipo de transtorno clínico. O termo psicopata, porém, não é mais usado. Na tentativa de amenizar o que receiam ser um termo discriminatório, adotaram a designação “personalidade dissocial”.


Serpentes de terno e gravata

O psicólogo parte do pressuposto de que o número desses “psicopatas de escritório”, de difícil reconhecimento aumenta nos cargos de chefia. Nesse posto, como no caso de Denis, eles costumam tiranizar seus colegas e alguns chegam até a causar grandes prejuízos financeiros. Pessoas como essas, disputam altos cargos e salários. Normalmente, essas pessoas, saem de uma aparência excelente, após algumas semanas. Sem motivo, queixam-se das secretárias, faltam reuniões sem uma explicação razoável, desviam dinheiro da empresa e manipulam os CEOS de maneira indelével.

As táticas de personalidade do mundo corporativo, podem ser distinguidas em cinco fases:

FASE 1- Ingresso na empresa:-
Primeiro, na entrevista de emprego, o candidato mostra-se cativante, charmoso e seguro.

FASE 2- Avaliação:
- Uma vez empregado, procura descobrir o mais rápido possível, quem tem voz ativa na empresa. Depois, constrói relações pessoais, às vezes íntimas, com funcionários influentes.

FASE 3- Manipulação:
- De modo intencional, espalha falsas informações para que seja visto de forma positiva e os outros, de maneira negativa. Semeia desconfiança entre funcionários, contando aos colegas que outros os teriam difamado. Assim, cria contato individual com as pessoas. Mas evita reuniões, nas quais precise se posicionar diante do grupo.

FASE 4- Confrontação:
- Quando não são mais úteis á sua escalada profissional, ele abandona as pessoas que havia cortejado. Em geral, suas vítimas são humilhadas. E, quanto mais exploradas, menos se dispõem a falar sobre suas experiências.

FASE 5- Ascensão:
- Por fim, aplica o golpe. Coloca os chefes uns contra os outros e toma o lugar de seu superior.

Segundo o especialista, o psicólogo Delroy L Paulus, da Universidade da Colúmbia Britânica, a ausência de medo e de consciência é o que faz personalidades dissociais serem potencialmente tão ardilosas. Essas características possibilitam aos indivíduos infringir as normas e externar suas agressões sem qualquer bloqueio ou escrúpulo.

Ref. Revista Mente & Cérebro
Senya Muller

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