domingo, 7 de agosto de 2011

DEMISSÃO TAMBÉM EXIGE CUIDADOS



Técnicas de recrutamento gozam de vasta literatura na área de Recursos Humanos. O mesmo não se pode dizer quando o assunto é demissão, prática não menos importante, mas sobre a qual as empresas não dedicam tanta atenção. O desligamento envolve uma carga emocional para o funcionário e implica responsabilidades para o empregador, que deve tentar minimizar o impacto negativo da demissão. Além de demonstrar preocupação com quem sai, um processo de demissão responsável ajuda a inibir possíveis processos trabalhistas, assim como contribui para um bom ambiente de trabalho para quem continua empregado.

Insegurança, medo do futuro e dúvidas sobre a própria capacidade são sentimentos comuns entre os colaboradores demitidos. Para tornar o processo mais tranquilo, muitas empresas adotam programas de demissão responsável, que podem envolver oferta de benefícios pós-demissão e acompanhamento para recolocação no mercado de trabalho. Uma das fases desse programa é a entrevista demissional, momento no qual o profissional dá as suas impressões sobre a empresa e sobre a chefia.

Para o diretor de Recursos Humanos da rede de concessionárias UAB Motors, Ricardo Mota, a entrevista é uma oportunidade para avaliar, pelo olhar do colaborador, aspectos positivos e negativos das relações profissionais. “Muitas vezes, o profissional demitido mostra para a companhia pontos a melhorar, principalmente no que diz respeito à gestão de pessoas, ao trabalho em equipe e aos planos de carreira”, afirma Mota.

O diretor de Marketing e Planejamento da Ser Humano Consultoria, Marcos Garcia, destaca que é importante a empresa conhecer a visão do profissional, principalmente em relação a seus gestores. “Essa percepção pode ajudar a área de Recursos Humanos nos próximos processos seletivos, fazendo com que as futuras escolhas sejam mais assertivas e que os novos profissionais, gestores ou subordinados estejam de acordo com o perfil esperado”, explica.

Um processo de demissão responsável também envolve esclarecimentos a quem está saindo, que merece saber as razões do desligamento. É importante que o colaborador receba feedback sobre seu desempenho e saiba porque está sendo demitido, até para que isso sirva de aprendizado. Afinal, o desligamento não significa, necessariamente, que ele não tenha competências, mas, sim, que seu perfil não é adequado para a empresa naquele momento. “É hora de ouvir sobre a sua trajetória profissional, perceber seus acertos, mas identificar os erros também”, avalia Mota.

Sinceridade é tudo

Assim como a empresa deve explicar as razões da demissão, o profissional deve manter uma postura madura e ética. Isso significa ser sincero na apresentação do seu ponto de vista acerca da empresa e da chefia. Além disso, o consultor orienta os colaboradores a manterem o bom relacionamento com as empresas em que trabalharam e com as pessoas com quem compartilharam essa experiência, mesmo depois do desligamento. “É preciso ter em mente que o mercado de trabalho é dinâmico, que o processo de transição de carreira é comum para todos os profissionais e isso inclui desligamentos ao longo da trajetória”, comenta Garcia.

Ele destaca também a necessidade de uma boa avaliação dos processos de desligamento para que se possa identificar os problemas da companhia. “O erro pode estar na contratação ou na falta de condições adequadas para o profissional desenvolver suas habilidades. É importante que os contratados sejam alocados no cargo, no local e nas atividades coerentes com seu perfil e isso é responsabilidade do RH”, afirma. Como toda demissão gera gastos, impacta na rotina das atividades, na produtividade e até na relação com os clientes, um programa de demissão responsável é tão importante para o colaborador quanto para a empresa.

Dicas para uma entrevista demissional

Como a demissão é um assunto delicado para ambas as partes, a entrevista demissional requer alguns cuidados:

- Deve ser realizada individualmente;
- O ambiente deve ter o máximo de privacidade possível;
- O entrevistador deve ser um especialista em gestão de pessoas;
- Não deve ser realizada no momento em que o demitido recebe a notícia do desligamento (Em geral é preciso um tempo para assimilar o processo).


por Thalita Battistin e Ana Paula Pavanello
Artigo site> www.canalrh.com.br

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