quarta-feira, 31 de março de 2010

OVO, CAFÉ E CENOURA



Apesar de o título sugerir um tema culinário, este artigo trata de liderança e de relações interpessoais.

Sabemos que os ingredientes acima reagem de formas distintas quando submetidos à ação de água fervente.

Assim, o ovo endurece, o pó de café se dilui tingindo a água e a cenoura cozida amolece.

Por analogia, um mesmo estímulo suscitará respostas diferentes de uma amostra de seres humanos, ensejando-nos a conclusão (óbvia?) de que não há duas pessoais iguais na face da Terra, no tempo e no espaço.

Cada indivíduo possui um conjunto de características que o torna singular, dentre as quais podemos ressaltar seu DNA, sua impressão digital, seu fundo de olho, sua arcada dentária, sua história de vida, entre outras tantas.

Até mesmo gêmeos univitelinos, popularmente conhecidos como idênticos, apesar das semelhanças físicas, apresentam estilos que os tornam peculiares, chegando a ter características comportamentais diametralmente opostas, como extroversão - introversão, por exemplo.

Com muita perspicácia já dizia Ruy Barbosa: “Não há nada mais injusto do que tratar igualmente os desiguais”.
É muito comum se cometer o erro de dispensar um tratamento genérico a um conjunto de pessoas, ignorando as implicações das premissas que acabamos de enunciar.

Ao se pretender lidar “no atacado” com uma situação que envolve várias pessoas, na maioria das vezes, atinge-se a extrema “façanha” de descontentar a todos. Com alguns, errando por excesso de rigor, com outros, pela adoção de medidas insuficientes para corrigi-la.

Isto se aplica tanto para relações familiares, entre pais e filhos, como para o mundo corporativo, entre um líder e sua equipe de trabalho.

A guisa de ilustração,vamos analisar as seguintes situações:

QUANDO SE DESEJA MANIFESTAR RECONHECIMENTO
A UMA EQUIPE POR UM BOM TRABALHO REALIZADO:


Se um líder o fizer de maneira impessoal, sem destacar os méritos de cada integrante para o sucesso coletivo, dificilmente alguém se sentirá estimulado a continuar oferecendo o melhor de seus esforços em decorrência de tal homenagem.
Seria semelhante a colocarmos uma bala na boca sem retirar a embalagem, impedindo-nos de degustar o seu sabor.

QUANDO SE CHAMA A ATENÇÃO DE UMA EQUIPE EM FUNÇÃO DE UM ERRO COMETIDO POR UMA ÚNICA PESSOA

Certamente, os que nada tiveram a ver com o problema em questão poderão se sentir injustiçados por aquela generalização indevida.

Por outro lado, a pessoa a quem deveria ser dirigida aquela mensagem poderá não aprender com seu erro, pela generalização da culpa.

Além da personalização do tratamento anteriormente recomendado é importante ainda se considerar que:
1.ELOGIO SE FAZ EM PÚBLICO, quer para reconhecimento das contribuições individuais, quer para servir de exemplo e estímulo aos demais.
2-REPRIMENDA SE DÁ EM PARTICULAR, a fim de permitir a tomada de consciência sobre as causas que provocaram o erro, assim como, evitar-se expor uma pessoa à execração pública, de modo a preservar sua auto-estima.
3-EM AMBAS AS MENCIONADAS SITUAÇÕES há que se respeitar as características pessoais e o nível de maturidade dos envolvidos.
4.A NECESSIDADE DE AGUÇAR NOSSA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, semelhante à capacidade dos morcegos os quais, durante seu vôo, utilizam-se dos potentes “radares” de seus ouvidos para detectar eventuais obstáculos através da reflexão dos sons emitidos por eles mesmos (imperceptíveis aos ouvidos humanos).

CONCLUSÃO

Ao adotar estas recomendações estaremos aumentando a probabilidade de sucesso no exercício da liderança, evitando posturas reducionistas, semelhantes a um elefante numa loja de porcelana, sob a argumentação de que um líder autêntico e justo é aquele que dispensa a todos o mesmo tratamento.

A FÁBULA DOS PORCOS ASSADOS


Certa vez, aconteceu um incêndio num bosque onde havia alguns porcos, que foram assados pelo fogo. Os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. A partir daí, toda vez que queriam comer porco assado, incendiavam um bosque... Até que descobriram um novo método.

Mas o que quero contar é o que aconteceu quando tentaram mudar o SISTEMA para implantar um novo. Fazia tempo que as coisas não iam lá muito bem: às vezes, os animais ficavam queimados demais ou parcialmente crus. O processo preocupava muito a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas ocasionadas eram muito grandes - milhões eram os que se alimentavam de carne assada e também milhões os que se ocupavam com a tarefa de assá-los. Portanto, o SISTEMA simplesmente não podia falhar. Mas, curiosamente, quanto mais crescia a escala do processo, mais parecia falhar e maiores eram as perdas causadas.

Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Já era um clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA. Congressos, seminários e conferências passaram a ser realizados anualmente para buscar uma solução. Mas parece que não acertavam o melhoramento do mecanismo. Assim, no ano seguinte, repetiam-se os congressos, seminários e conferências.

As causas do fracasso do SISTEMA, segundo os especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não permaneciam onde deveriam, ou à inconstante natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava o lugar, o momento e a quantidade das chuvas.

As causas eram, como se vê, difíceis de determinar - na verdade, o sistema para assar porcos era muito complexo. Fora montada uma grande estrutura: maquinário diversificado, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo - incendiadores que eram também especializados (incediadores da Zona Norte, da Zona Oeste, etc, incendiadores noturnos e diurnos - com especialização matutina e vespertina - incendiador de verão, de inverno etc). Havia especialista também em ventos - os anemotécnicos. Havia um diretor geral de assamento e alimentação assada, um diretor de técnicas ígneas (com seu Conselho Geral de Assessores), um administrador geral de reflorestamento, uma comissão de treinamento profissional em Porcologia, um instituto superior de cultura e técnicas alimentícias (ISCUTA) e o bureau orientador de reforma igneooperativas.

Havia sido projetada e encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação - utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais que três horas seguidas.

Eram milhões de pessoas trabalhando na preparação dos bosques, que logo seriam incendiados. Havia especialistas estrangeiros estudando a importação das melhores árvores e sementes, o fogo mais potente etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno.

Foram formados professores especializados na construção dessas instalações. Pesquisadores trabalhavam para as universidades para que os professores fossem especializados na construção das instalações para porcos. Fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações para porcos etc.

As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar triangularmente o fogo depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que o incêndio médio da floresta atingisse 47 graus e posicionar ventiladores gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo. Não é preciso dizer que os poucos especialistas estavam de acordo entre si, e que cada um embasava suas idéias em dados e pesquisas específicos.

Um dia, um incendiador categoria AB/SODM-VCH (ou seja, um acendedor de bosques especializado em sudoeste diurno, matutino, com bacharelado em verão chuvoso) chamado João Bom-Senso resolveu dizer que o problema era muito fácil de ser resolvido - bastava, primeiramente, matar o porco escolhido, limpando e cortando adequadamente o animal, colocando-o então numa armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor - e não as chamas - assasse a carne.

Tendo sido informado sobre as idéias do funcionário, o diretor geral de assamento mandou chamá-lo ao seu gabinete, e depois de ouví-lo pacientemente, disse-lhe: "Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas não funciona na prática. O que o senhor faria, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar a sua teoria? Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?". "Não sei", disse João. "E os especialistas em sementes? Em árvores importadas? E os desenhistas de instalações para porcos, com suas máquinas purificadores automáticas de ar?". "Não sei". "E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no exterior, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país? Vou mandá-los limpar porquinhos? E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos? Que faço com eles, se a sua solução resolver tudo? Heim?". "Não sei", repetiu João, encabulado. "O senhor percebe, agora, que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos? O senhor não vê que se tudo fosse tão simples, nossos especialistas já teriam encontrado a solução há muito tempo atrás? O senhor, com certeza, compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas, sem chamas! O que o senhor espera que eu faça com os quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores não dão frutos e nem têm folhas para dar sombra? Vamos, diga-me?". "Não sei, não, senhor". "Diga-me, nossos três engenheiros em Porcopirotecnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?". "Sim, parece que sim". "Pois então. O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Porcopirotecnia indica que nosso sistema é muito bom. O que eu faria com indivíduos tão importantes para o país?" "Não sei". "Viu? O senhor tem que trazer soluções para certos problemas específicos - por exemplo, como melhorar as anemotécnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (nossa maior carência) ou como construir instalações para porcos com mais de sete andares. Temos que melhorar o sistema, e não transformá-lo radicalmente, o senhor, entende? Ao senhor, falta-lhe sensatez!". "Realmente, eu estou perplexo!", respondeu João. "Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não saia dizendo por aí que pode resolver tudo. O problema é bem mais sério e complexo do que o senhor imagina. Agora, entre nós, devo recomendar-lhe que não insista nessa sua idéia - isso poderia trazer problemas para o senhor no seu cargo. Não por mim, o senhor entende. Eu falo isso para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor sabe que pode encontrar outro superior menos compreensivo, não é mesmo?".

João Bom-Senso, coitado, não falou mais um a. Sem despedir-se, meio atordoado, meio assustado com a sua sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e ninguém nunca mais o viu. Por isso é que até hoje se diz, quando há reuniões de Reforma e Melhoramentos, que falta o Bom-Senso.

"Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade." Dalai Lama


A FELICIDADE DE CADA UM...

Toda manhã, em algum lugar da África...
Uma gazela acorda e sabe que terá que correr muito de um leão para não morrer.
Toda manhã, em algum lugar da África...
Um leão acorda e sabe que terá que correr muito atrás de uma gazela para não morrer de fome.

Portanto, quando o sol surgir, não importa se você é um leão ou uma gazela, com certeza será melhor começar a correr.

O único lugar em que o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.
Não pare nunca, porque a vitória sorri somente para aqueles que não param no meio do caminho.
Sucesso é conseguir o que você quer.
Felicidade é gostar do que você conseguiu!


Pense nisso!

QUAL É O SIGNIFICADO QUE VOCÊ DÁ PARA SUA VIDA?