sábado, 4 de setembro de 2010

Estilo H: o modelo definitivo de liderança



Desde que, na década de 50, Douglas McGregor lançou as duas teorias X e Y, o pessoal não parou mais de criar novos modelos de liderança usando letras - e hoje o alfabeto não tarda a se esgotar.

Nesse estoque de modelos, há os interessantes, outros óbvios e alguns até preconceituosos - como aquele que estabelece faixa de idade, MBA no mínimo e vivência internacional para o profissional se enquadrar na letra. Pobre daqueles competentes que já passaram da idade limite ou não tiveram condições de pagar uma pós e muito menos de sair do País...

Para não perder esse bonde, decidi lançar minha letra - isto é, meu estilo recomendado e identificado por uma letra: a H.
O que preconiza o Estilo H de liderança?
Uma gestão Humana. Simples assim.

Para o Estilo H, não interessa formação universitária, idade, sexo, raça, religião e outros babados. Interessa ser gente.

Para ser um líder Estilo H, é preciso gostar de pessoas mais do que de números. Porque são as pessoas que fazem os números - desde aqueles que representam lucros e doações aos necessitados, até aqueles que fazem parte das fraudes e desfalques financeiros que desencadeiam crises na economia global.

Para exercer o Estilo H, é preciso entender que resultados - bons ou maus - acontecem porque há pessoas que são ou não comprometidas, com e sem competência, com ou sem caráter. E que é preciso reconhecer e prestigiar os comprometidos, os competentes e aqueles de bom caráter - e orientar os outros para que revejam suas opções.

Para adotar o Estilo H, é preciso que o gestor goste de Pessoas. É o mínimo que se pode esperar de quem lidera aqueles que são responsáveis pelos resultados. Gostar apenas de números não os torna necessariamente positivos. É o trabalho das pessoas que promove essa alquimia.

O líder que usa o Estilo H sabe o que é empatia e a pratica todos os dias, com todos. Porque pessoas são sensíveis e antes de magoá-las com ações e palavras, convém imaginar a dimensão dessa agressão. Más ações e más palavras jamais cicatrizam.

O líder H é generoso e gentil com todos. Se não o for com o faxineiro, o garçom, o balconista e outros trabalhadores anônimos simples e humildes, estará a anos-luz de ser um líder H.

O líder H sabe que em todo negócio há riscos e preços a pagar, mas tem consciência de que não pode se expor aos riscos nem promover sacrifícios à custa da saúde, da tranqüilidade ou até da vida do seu colaborador. Justamente por isso, ele não define metas manipuladoras e inatingíveis que só geram frustrações e sugam energias em vão.

O líder H, através de ações e palavras, faz com que todo colaborador se sinta respeitado, admirado e importante - todo dia. Ele sabe que nenhum parafuso, nenhuma porca é menos importante que a mais importante peça de uma engrenagem. Com certeza essa peça está amparada por minúsculos parafusos.

Enfim, o profissional Estilo H tem plena consciência de que o lucro é importante para toda empresa e que é preciso dar o melhor de si e orientar sua equipe para obtê-lo - desde que esse esforço não violente a auto-estima, nem a segurança de quem quer que seja.

Ser H é simples assim. Sem firulas e sofisticações. Para um profissional ser H, basta não se esquecer da condição e da essência humanas. O resto vem em conseqüência.

Quanto às demais letras dos outros estilos... bem, se não gerarem sinônimos do que representa o H, pode dispensá-las.

Autor: Floriano Serra

domingo, 29 de agosto de 2010

Aprenda a Empreender



Posso aprender a ser empreendedor? Como ser subversivo sem prejudicar minha carreira? Na entrevista que segue, o consultor americano Gifford Pinchot responde a essas e outras dúvidas. Vamos a ela:

Qualquer pessoa pode se tornar um empreendedor, pode aprender a ser um?
Com certeza. É só uma questão de você se ouvir e descobrir o que quer fazer. Não escute apenas seus chefes, decida sozinho o que é importante.

Depois, estabeleça as etapas para realizar a sua idéia e monitore seu caminho. Algumas situações exigem que se empreenda. É a história da mulher que não trabalhava e só cuidava dos filhos. Um certo dia, o marido resolve sair de casa e ela tem que se virar. Se você fizer um teste com a mulher antes de o marido sair de casa, não vai encontrar uma personalidade empreendedora. Mas, se testar depois, encontra.

O que fazer, na prática, para se tornar um empreendedor?

Posso apontar seis pontos fundamentais:
• Encontre algo em que você realmente acredite, que esteja alinhado com seus valores e que você queira empreender.
• Faça um plano de negócios para ajudá-lo a transformar sua idéia em realidade.
• Tire suas dúvidas com outros empreendedores.
• Esteja pronto para fazer qualquer trabalho necessário para que sua idéia dê certo.

Se tiver que varrer o chão, faça-o. Muitas vezes, ninguém nos dá apoio quando fazemos algo novo. Ou, o que é pior, enfrentamos muita resistência.
• Monte uma equipe. Você precisa vender bem sua idéia para deixá-la entusiasmada. E não deixe de ouvir as idéias dos outros.
• Encontre alguém para "apadrinhar" sua idéia, para lhe dar suporte e até protegê-lo. Normalmente essa pessoa não é seu chefe, ela está em outros departamentos da empresa. Isso não significa que o suporte de seu chefe não seja importante.

Em seu livro, o senhor diz que um empreendedor deve, se for preciso, quebrar regras para realizar seu sonho. É possível fazer isso sem ter problemas, ou até sem ser despedido?

Faça a você mesmo duas perguntas: se as coisas que estou fazendo derem errado, eu terei feito um grande estrago? Em que casos preciso pedir permissão antes? Use o bom senso. Não seja antiético: seu objetivo deve ser o bem da empresa e de seus clientes. Não faça nada só por razões pessoais. Avalie quais regras podem ser quebradas e quais não podem. Há sempre mais regras do que é possível obedecer.

Muitas vezes, seguir todas as regras é antiprodutivo.
Num país como o Brasil, em que há altas taxas de desemprego, também é recomendável correr esses riscos?

Acho que depende de quanto risco você vai correr, de quais são suas qualidades e de quanto você é importante para a empresa. Para ser um empreendedor, você tem de ter coragem. Deve ter certeza de que é bom o bastante e de que, se for demitido, encontrará outro emprego. O mundo está cheio de burocratas desempregados e as empresas procuram os inovadores.

A maioria das empresas ainda não tem essa cultura de grande abertura a novas idéias. Como um gerente pode ajudar a criar esse ambiente?

Há alguns fatores que ajudam a criar esse ambiente. O que cada gerente pode fazer é encontrar os empreendedores de sua área e ser seu "padrinho". Protegê-los, ajudá-los a conseguir fontes, acompanhá-los para que não façam nada de errado.
Hoje, se uma empresa não der espaço para seus empreendedores, ela está fadada ao fracasso?

Depende de sua área de atuação. Alguns setores estão mudando muito rápido; outros, num ritmo mais lento. E nem sempre há necessidade de inovação. Mas aos poucos as empresas estão aprendendo a liberar seus funcionários para que eles empreendam em vez de conduzir suas tarefas de forma burocrática. Cerca de 80% das pessoas numa grande organização fazem algum tipo de serviço para outras pessoas dentro da empresa.

O empreendedorismo deve ser aplicado para essas tarefas internas e não apenas para a criação de novos produtos - que é apenas a menor parte das rotinas na empresa.


Fonte: Revista VOCÊ S.A.

QUAL É O SIGNIFICADO QUE VOCÊ DÁ PARA SUA VIDA?