Podem as Emoções serem Inteligentes
Para se ter uma compreensão mais plena de exatamente como poderia ser esse exercício, temos de nos voltar para outros teóricos que seguem o caminho intelectual de Gardner - mais notadamente um psicólogo de Yale, Peter Salovey, que estabeleceu com bastantes detalhes os modos como podemos transmitir inteligência às nossas emoções.
Esse esforço não é novo; com os anos, mesmo os mais ardentes teóricos do QI tentaram às vezes introduzir as emoções no domínio da inteligência, em vez de ver "emoção" e "inteligência" como uma inerente contradição em termos.
Assim, E.L. Thorndike, um destacado psicólogo que também foi influente na popularização da idéia do QI nas décadas de 20 e 30, sugeriu em artigo na Harper's Magazine que um dos aspectos da inteligência emocional, a inteligência "social" a própria capacidade de entender os outros e "agir com sabedoria nas relações humanas" era em si um aspecto do QI de uma pessoa. Outros psicólogos da época adotaram uma visão mais cínica da inteligência social, encarando-a em termos de capacidade de manipular outras pessoas levá-las a fazer a nossa vontade, querendo ou não.
Extraído do livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman