sexta-feira, 4 de junho de 2010

ANTES DE PEDIR DEMISSÃO...




Você está seriamente pensando em pedir demissão? Antes disso leia este texto. Talvez a demissão não seja o remédio.
Muitas vezes observamos que o trabalhador assina o seu pedido de demissão na empresa, mas, em verdade, se viu obrigado a isso. Uma série de fatores podem influenciar para que o empregador resolva dar fim ao seu contrato de trabalho por iniciativa própria.

Contudo é importante que o empregado, antes de tomar esta medida extrema, esteja ciente de seus direitos. Até mesmo porque, como já referimos anteriormente, o trabalhador não tem direito, ao pedir demissão, a sacar ao seu FGTS ou obter o acréscimo de 40% sobre os seus depósitos, ao seguro-desemprego ou ao pagamento do aviso prévio, sendo que, em muitos casos, tem a obrigação de ou cumprir o período de trinta dias correspondente ou a permitir o desconto de seu salário no correspondente, o que pode representar uma rescisão muito baixa ou “zerada”, deixando o empregado em sérias dificuldades financeiras.

A CLT estabelece em seu artigo 483 as situações em que o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização:

1.forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
2.for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
3.correr perigo manifesto de mal considerável;
4.não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
5.praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
6.o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
7.o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

Ou seja em tais situações os efeitos são os mesmos que se o empregado fosse despedido sem justa causa pelo empregador que, por conseqüência, fica obrigado a lhe conceder todos os benefícios daí decorrentes, inclusive sendo o aviso prévio indenizado.

Por óbvio que o empregador dificilmente admitirá tal situação, o que conduz o empregado a ter que se fazer assistir, verificando alguma destas situações, do sindicato de sua categoria.

Uma última observação é importante: algumas das hipóteses consideradas como de justa causa do empregador são demasiado subjetivas. Assim o empregado deve ser muito bem orientado pelo seu advogado e/ou sindicato ao se afastar do seu trabalho, preferencialmente com a ação trabalhista já ajuizada, pois há situações em que a justa causa não é reconhecida e o afastamento é considerado como pedido de demissão.

http://direitoetrabalho.com/2010/03/antes-de-pedir-demissao/

SER FELIZ, OU TER RAZÃO?



Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA:

Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência: 'Quero ser feliz ou ter razão?' Outro pensamento parecido, diz o seguinte: 'Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam. Passe este e-mail aos seus amigos, para ver se o mundo melhora... Eu já decidi... EU QUERO SER FELIZ e você?

domingo, 30 de maio de 2010

O PRECONCEITO E O PROFISSIONAL ACIMA DOS 40 ANOS



Faço parte de um grupo de discussão, recebi esse texto, e por achar muito interessante divido com vocês.

O valor da experiência de profissionais de mais idade não é aproveitado em empresas que têm como norma não contratar acima de quarenta anos.
A mais brilhante definição de preconceito de que já soube veio-me de Voltaire, em seu Dicionário Filosófico: “preconceito é uma opinião sem julgamento”, ou seja, adquirimos uma opinião qualquer, não verificamos sua razão de ser e passamos a acreditar naquilo, simplesmente.
Voltaire disse isto por volta de 1760. Passados mais uns cento e oitenta anos, em meados do Século XX, Einstein lastimou que “hoje, infelizmente, é mais fácil partir um átomo ao meio do que quebrar um preconceito”. Pois, somando-se as coisas, conclui-se que preconceito deve realmente ser algo indestrutível, ou perto disso.

Tão indestrutível, que o preconceito dos nazistas contra os judeus ainda perdura no coração de muita gente, mesmo após tanta propaganda contrária. E dos judeus contra os árabes, e dos árabes contra os judeus, e dos brancos contra os negros, e dos negros contra os brancos, e dos que são contra os mulatos, contra os cafuzos, os mamelucos, os letrados, os iletrados, as mulheres, os homens, os advogados, os políticos, os publicitários, os jornalistas, os nordestinos, os açougueiros, os torneiros-mecânicos (sim, porque, sem dúvida, haverá alguém cultivando preconceitos contra açougueiros e torneiros-mecânicos), os velhos, as crianças, os gays e o escambau. Existe preconceito até contra o escambau.

Assim como não tem fronteiras e nem escolhe raça, faixa etária ou sexo, o preconceito também não escolhe porta-vozes ou causas. Ele existe dentro de todos nós, tem diferentes intensidades. Não tem função nem propósito. Apenas existe, desde que o ambiente seja favorável ao desenvolvimento de um raciocínio qualquer, um sofisma destes capazes de fazer-nos acreditar no ilógico. Algo como a prestidigitação. Nada além de opiniões sem julgamento.

Nunca vi alguma pesquisa sobre onde o preconceito ocorre com maior ou menor incidência. Talvez os americanos, que adoram pesquisar de tudo, já a tenham feito, mas nunca ouvi falar dela. Mas também não é difícil concluir que o preconceito não é privilégio de um ou outro segmento da população. Nada disso. Ele existe em todo lugar, em todo tempo, em todo tudo! Tem em casa, tem no futebol, tem nas estações de trem.
E tem, claro, nas empresas; porque existem pessoas nas empresas. E pessoas são a única condição ambiental indispensável para a reprodução do preconceito. Nos últimos anos surgiu, por exemplo, uma espécie de preconceito no meio empresarial, mais especificamente na administração de recursos humanos, que é a rejeição a priori do profissional com mais de quarenta anos de idade.
O quarentão candidato a uma vaga qualquer, pode e deve desistir de antemão à sua pretensão de colocação profissional. Ora, exatamente porque ele já tem mais de quarenta anos. E o que isto significa? Nem Deus sabe. E, claro, muito menos certo tipo de recrutador: papagaio de repetição, este recrutador só sabe que o candidato tem mais de quarenta anos e, por isso mesmo, não pode ser contratado. É a política da empresa, ora!

Mas se perguntarmos a razão de ser desta política da empresa (ora!), ele, autômato burocratizado não saberá responder. Basta que ele saiba, e isto o satisfaz plenamente, que a política da empresa é esta. E ponto. Para ele, políticas empresariais são, por definição, indiscutíveis (mas que cara teimoso você é! Pare de querer discutir a política da empresa!).

Gente assim cabe com exatidão de mecanismo de relógio suíço na definição títere porcessionário, criada por Laurence Peter, a maior autoridade mundial em estudos sobre a incompetência. Títere é sinônimo de fantoche, marionete; processionário é aquele que segue, apenas segue. Há, para exemplificar, uma espécie de larva que segue a da frente. Colocadas em círculos, estas larvas processionárias ficam dando infinitas voltas umas atrás das outras até morrerem de fome, mesmo quando, como se fez em várias experiências de laboratório, havia alimento em abundância ao alcance de todas.

O títere processionário, portanto, é um verme que apenas segue e, assim, se manipula com facilidade. Como sabemos, há muitos deles nas empresas e demais organizações humanas.

Tem da portaria até a presidência. Porém, quando na administração de recursos humanos, passam por uma metamorfose peculiar e de origem desconhecida para assumirem a forma mais letal que se pode verificar na espécie dos títeres processionários: a forma que age sob estímulo exclusivo do preconceito, aquela opinião sem julgamento à qual já nos referimos, com poder de determinar a vida de pessoas.
Visto que o títere processionário não pensa, ele é evidentemente incapaz de julgar. E dá-se
a um sujeito destes o tal ‘poder de vida e de morte’ sobre profissionais que cometeram o terrível engano de não contrariar a natureza das coisas e, imprevidentes, deixaram o tempo passar, atingindo os quarenta anos.

Pela lógica titeriana-processional, nada mais justo que punir estes ineptos que não combateram com vigor o passar dos anos. E ousaram envelhecer. Já que o profissional não foi capaz de fixar-se na idade dos trinta anos, também não será capaz de fixar-se na empresa ou num projeto qualquer. Corte-se-lhe, pois, a cabeça.
Mas os sujeitos que mudaram o mundo o fizeram, em sua esmagadora maioria, após completarem bem mais do que quarenta anos. Leonardo da Vinci, Isaac Newton, Gutemberg, Sidarta Gautama (vulgo Buda), Churchill, De Gaule, Henry Ford, Mahatma Gandhi, Roger Mila (que, até uns cinqüenta anos, jogou um bolão pela seleção de Camarões)… dê uma olhadinha em qualquer livro de história e confira.
Só Jesus Cristo não conseguiu; certamente porque não lhe deram chance de mostrar do que ele seria capaz após os quarenta (se aos trinta e três já era um terror, imagina aos quarenta!). Talvez os romanos fossem os precursores desta atual tendência da administração titerianoprocessional de recursos humanos: “Está a caminho dos quarenta?!? Crucifica o cara!”

Falei com um executivo europeu e ele disse que, lá no velho continente, idade não é fator de importância crucial. O que conta é o mix de vontade-competência-experiência.

Então, estamos, no Brasil, criando know-how para exportação. Preconceito globalizado, mas made in Brazil! Nossos preconceitos em relação à idade nos fazem esquecer de sujeitos como Lee Iacocca, Antonio Ermírio de Morais e mais um punhado de sessentões, setentões e oitentões que, ainda hoje, estão à frente de seus barcos, são produtivos, arrojados, geram empregos e fazem suas empresas dar muito lucro.

Por outro lado, sobre os idiotas que recusam um profissional por questão etária, estes não poderão jamais ler algum texto primoroso que Manuel Bandeira ou Cora Coralina, ou Goethe ou Ernest Hemingway, tenham escrito, idosos, no final de suas vidas: por coerência, devem recusar tudo o que estes e outros tantos velhos desprezíveis tenham produzido.

A propósito, quando escreveu seu Dicionário Filosófico, Voltaire já tinha uns oitenta anos. Também convém que alguém conte a estes sujeitos (por pura sordidez e maldade) que logo, logo eles mesmos chegarão aos… quarenta!

Esta gente que cultiva opiniões sem julgamento o faz porque, evidentemente, não é capaz de julgar coisa alguma. Assim sendo, também não serão capazes de tomar, com equidade, alguma decisão que exija mais do que alguns neurônios e raciocínios primários. Devemos desprezá-los, embora com compaixão. E devemos, por pura lógica, desprezar também, e principalmente, quem lhes confiou o cargo que exercem.

Zeca Martins é publicitário e autor do livro “Propaganda é isso aí!”
Autor: Zeca Martins
Fonte: Trecho do Livro “Propaganda é isso aí!”.

QUAL É O SIGNIFICADO QUE VOCÊ DÁ PARA SUA VIDA?