Uma das características mais marcantes e que nos torna seres especiais, dotados de capacidade superior em relação a todos os outros seres vivos, sem dúvida, é a capacidade de comunicação que todos temos. Do mais simples dialeto ao mais complexo idioma, temos na verbalização de nossos pensamentos, sentimentos, necessidades e idéias, o mais rico recurso através do qual tanto nos sociabilizamos, quanto alimentamos o intercâmbio que nos faz crescer e se desenvolver.
Hoje com tanta tecnologia à disposição, criamos mil outras formas de fazer o que “pensamos e queremos” chegar a qualquer lugar do planeta em segundos. Associamos a essa velocidade e instantaneidade recursos de multimídia em tempo real. Assim, além do texto e da voz, recebemos e enviamos também em tempo real, fotos e imagens ao vivo de toda sorte e com toda finalidade que se possa imaginar.
Até aí, está tudo muito bom, pois falei basicamente do lado bom da comunicação. Mas, infelizmente, também temos a capacidade de utilizar também negativamente ou com finalidades questionáveis, todas as formas de comunicação.
Essa nossa necessidade de ouvir e falar não deve financiar em nós o desejo de passar adiante aquilo que é ruim ou sem fundamento. Mas o que ocorre: precisamos falar e ter a sensação de ser uma das primeiras a passar a adiante, muitas vezes falando baixinho, sobre aquela “notícia”. Acabamos muitas vezes sendo “fofoqueiros e fofoqueiras de plantão”... Seja através da e da escuta, seja através de e-mail, somos tão ávidos por saber das coisas e passa-las adiante que acabamos transferindo aos outros, muita informação de péssima qualidade (desinformação), muitas falsas verdades (mentiras) e muitos fatos e notícias sem fundamento algum e que reforçam em nós nosso lado perverso.
A diferença fundamental entre as pessoas comuns e os jornalistas é que os comunicadores profissionais procuram checar aquilo que recebem, filtrar o que é verdade do que é mera suposição, o que é verdade do que é mentira ou informação que não interessa a ninguém ou, pelo contrário, que possa interessar apenas a grupos específicos e com interesses escusos.
O hábito de passar adiante é tão curioso que quando as pessoas fazem isso, não dão nome ao autor ou à fonte da informação. A frase mais utilizada é: “Você já ouviu o que andam dizendo por aí?”. Quem anda dizendo? Ou ainda: “Preciso te contar o que me disseram!...” Quem disse? Esse autor e essa fonte nunca têm rosto ou identidade por um simples fato: caso a informação esteja “furada”, não fomos nós que dissemos qualquer coisa e sim “as pessoas”. Fomos apenas o veículo a alimentar a propagação dos “factóides”. Neste momento colocamos fortemente em risco a qualidade da nossa comunicação. Por isso, quando lhe disserem algo, qualquer que seja a informação, procure analisar:
• O tipo de informação: se é positiva e saudável ou se tem o objetivo de denegrir e prejudicar.
• A idoneidade de quem está contando: é pessoa ou fonte confiável ou costuma “dizer por dizer”.
• O formato e a qualidade da mensagem: é uma opinião estruturada em fatos e dados ou é um comentário vazio.
• A relevância da informação: o que você acabou de saber tem alguma importância ou utilidade real para você ou para as pessoas à sua volta?
• A intenção da notícia: é apenas um boato, uma fofoca ou podem existir pessoas ou grupos específicos interessados naquelas inverdades?
Nem tudo que sabemos devemos passar a frente. Com esses questionamentos, nos tornamos responsáveis tanto com aquilo que sabemos, como com aquilo que passamos adiante. Agindo assim, com cautela e responsabilidade, também não prejudicamos ninguém, nem cometemos eventuais injustiças.
Pense nisso e até a próxima.
Material do Curso de Liderança
Vivemos em tempos solitários e muitas vezes não conseguimos dividir nossas angústias e problemas com outra pessoa. Cada um traz consigo um mundo particular. Aquele que as redes sociais não vê. Baseado nisso, aceitei as sugestões de amigos para compartilhar experiências vividas nesses 25 anos no caminho de tantas pessoas. Espero que gostem. Espero que em algum momento possa ajudar alguém. Mergulhem.
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