quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A demissão é previsível, sim!



Por: Gutemberg B. de Macedo

A demissão é uma ameaça sempre presente e constante na vida dos profissionais nos dias atuais, tanto dos maus quanto dos bons; tanto dos incompetentes quanto dos competentes; tanto dos preparados quanto dos despreparados. Não há exceção. Todos estão sujeitos à sua fúria, não importam as suas causas e circunstâncias. A maioria dos profissionais poderá até mesmo sair de sua residência alegre e feliz para o trabalho pela manhã, porém voltar para casa no final do dia, triste, magoado, inseguro e com a sua autoestima destroçada. Eles foram demitidos!

Infelizmente, muitos profissionais se comportam de maneira displicente quanto a essa realidade e ameaça. Até bem pouco tempo atrás, as pessoas afirmavam que a única certeza que os homens tinham era a certeza da morte - "O salário do pecado é a morte" -, ensinavam os teólogos. No entanto, hoje temos de admitir e afirmar que a demissão é tão certa quanto à própria morte. Ela paira sobre a cabeça de todos.

As novas regras do mercado de trabalho mudaram de forma radical. Entretanto, ainda hoje, muitos profissionais não se deram conta dessa transformação. Eles continuam como os homens descritos no relato bíblico nos dias de Noé - a história do dilúvio - descrentes de sua consumação.

William Bridges, renomado consultor norte-americano, em seu trabalho, "Job Shift", as definiu nos seguintes termos:

- Todo empregado é um trabalhador contingente, não apenas os trabalhadores em tempo não-integral e sob contrato. O emprego de todos é contingencial aos resultados que a organização atingiu;

- Os trabalhadores precisam considerar-se como pessoas cujo valor para a organização deve ser demonstrada em cada situação sucessiva em que se encontrarem;

- À luz de sua contingência, os trabalhadores precisam desenvolver uma mentalidade, uma abordagem ao seu trabalho e um modo de administrar suas próprias carreiras que mais se assemelhe à de um vendedor externo (prestador de serviço) do que à de um empregado tradicional. É prudente que os trabalhadores pensem que estão no seu próprio negócio e que, na verdade, suas tarefas lhes foram entregues pela empresa como um serviço terceirizado;

- Os trabalhadores devem agir como pessoas que estão num negócio próprio e manter um plano de autodesenvolvimento de carreira, assumir a responsabilidade de investir em fundos de seguro-saúde e aposentadoria e renegociar seus acordos de remuneração com a organização quando e se as necessidades organizacionais mudarem;

- E, por último, eles precisarão estar prontos para passar de um projeto para outro dentro da mesma organização, também devem esperar que, mais frequentemente do que no passado, precisarão mudar de uma organização para outra.

A velha piada sobre os trabalhadores das indústrias expressa de maneira jocosa esse novo quadro do mercado de trabalho.

Dois empregados conversavam sobre como as novas regras do mercado poderiam afetá-los; um deles questionou: "Você acha que o seu emprego está em perigo? Ao que o colega retrucou: "Não. Meu emprego está muito seguro. Eu é que sou dispensável". (Speakers Library of Business Stories, Anedoctes,humor, de Joe Griffith, 1990, pág. 182)

Caro leitor, a demissão é previsível, sim. O primeiro passo para a sobrevivência é descobrir se existe risco de você perder seu emprego atual. Uma vez definido o grau de risco a que está exposto, você poderá preparar um plano e agir inteligente e apropriadamente para assegurar a sua permanência na empresa, se e quando possível.

Para ajudá-lo nessa tarefa - determinar o quanto está em risco o seu emprego -, preparei as seguintes perguntas. Ao respondê-las, preste muita atenção ao número de vezes em que responde de maneira afirmativa. Se as suas respostas foram de natureza afirmativa, prepare-se. A sua demissão pode ocorrer a qualquer momento.

- Sua empresa tem problemas de fluxo de caixa ou está endividada? A diretoria já tentou induzir funcionários com mais tempo de casa a se aposentarem mais cedo?

- Existe proibição de novas contratações para os próximos seis meses?

- A sua companhia passa por processo de fusão, aquisição ou de reengenharia?

- O seu gerente, ou o diretor dele, foi demitido?

- A diretoria anunciou medidas drásticas de contenção de despesas, inclusive do cafezinho?

- O seu gerente prevê o término de um contrato sem promessa de renovação ou extensão?

- Na sua última avaliação sua nota foi abaixo da média?

- A empresa parou de investir em propaganda dos seus produtos?

- A sua companhia anunciou perdas nos últimos trimestres?

- O seu gerente está se encontrando com o gerente de recursos humanos?

- Você não é mais convidado para as reuniões das quais participava anteriormente?

- O seu diretor está prevendo para breve nova redução no quadro de funcionários?

- Você é a pessoa mais bem paga no seu grupo, enquanto que existem outras pessoas em níveis inferiores que são capazes de desempenhar o seu trabalho?

- Você tem um relacionamento distante ou conflituoso com seu gestor?

- Você desenvolve tarefas que não contribuem diretamente para os lucros da companhia - "fake work"?

- Você perdeu o interesse no seu trabalho e o executa com indiferença, displicência e falta de paixão? O mundo do trabalho muda a cada dia.

Portanto, seja sábio. Nenhuma empresa tem obrigação de lhe oferecer um emprego para toda vida.

http://www.rhcentral.com.br/artigos/artigo.asp?cod_tema=2874

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Queremos ouvir sua sugestão! Deixe aqui seu recado.

QUAL É O SIGNIFICADO QUE VOCÊ DÁ PARA SUA VIDA?